Márcio Luiz de Oliveira
Em seu artigo “O Paradoxo do Homem como Liberdade no Exitencialismo de Sartre”, Clea Gois desenvolve e comenta os principais coneitos da filosofia sartreana: “em-si” e “para-si”, liberdade e responsabilidade; tendo em vista a liberdade e os valores.
O ponto de partida para qualquer reflexão em Sartre é o postulado basilar do existencialismo: “A existência precede a essência”. Ou seja, a medida que vivemos damos sentido a vida e não o contrário. O ser está no mundo, ele é o “em-si”, o objeto. O “para-si” é a consciência que, a todo tempo significa o em-si e o resultado dessa dialética é o “nada”, isso, pois, a cosnciência reconhece que o objeto não tem essência, que ele é um nada, mas ao mesmo tempo lhe confere sentido. Esse movimento dialético produz o que Sartre chama da “náusea”, que é que a angústia de viver no mundo sem essência e ao mesmo tempo, a cada dia ter que dá significado a vida.
Na filosofia de Sartre essa ontologia tem claro objetivo de culminar em uma ética radical da liberdade: “O homem está condenado a ser livre”. A liberdade não é algo que o ser humano possa escolher ou conquistar, mas é a próprio “modus vivendis” do ser-no-mundo. O paradoxo está justamente nisso, “nós estamos perpetuamente ameaçados de nulificação da nossa escolha atual, perpetuamente ameaçados de escolhermos ser, e portanto torna-mo-nos diferentes do que somos”, diz Clea no texto. É na liberdade que está a possibilidade de tudo, inclusive dos valores. Assim, a liberdade não é mais um valor, mas a possibilidade de todos os valores. Nada pode ser dito “inumano”, pois o ser humano é responsavel por tudo o que faz em sua liberdade, a qual ele não pode fugir, a qual ele está condenado.
Então, é possivel uma axiologia em Sartre? Só se essa implicar para a responsabilidade do homem frente a vida e os acontecimentos! Um ser humano livre e responsável e, por isso, angustiado, inquieto com sua situação, a do outro e a do mundo.